Uma em cada quatro meninas brasileiras faltam à escola durante o período menstrual e cerca de 4 milhões sofrem com privação de higiene no ambiente escolar (falta de acesso a absorventes, banheiros e sabonetes). De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas), essa situação de vulnerabilidade econômica leva não apenas a evasão escolar, mas também ao desemprego, constrangimentos sociais e problemas de saúde porque as mulheres muitas vezes recorrerem a alternativas improvisadas. Para trabalhar esse tema tão fundamental, o Instituto Unimed Curitiba promoveu a primeira edição da campanha “Acolha Nosso Ciclo”. No período de 8 de março a 8 de abril deste ano, o instituto arrecadou 735 pacotes de absorventes e outros itens de higiene menstrual que beneficiaram meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade. O sucesso da ação, que contou com a doação e a solidariedade dos colaboradores da cooperativa e demais empresas do grupo, fez com que a campanha entrasse para o calendário oficial do instituto.

“Nosso instituto centraliza todas as ações de impacto social na comunidade do entorno da Unimed Curitiba e nos ajuda a cumprir o sétimo princípio do cooperativismo, que é gerar transformação e fazer a diferença na sociedade em que estamos inseridos. E queremos fazer isso não apenas de forma pontual, mas com visão estratégica e ações permanentes que possam realmente chegar a quem mais precisa”, destaca o diretor-presidente da Unimed Curitiba, Rached Hajar Traya.

Como parte dessa campanha, também foram promovidas rodas de conversa com a comunidade sobre o tema “Igualdade Menstrual e a Saúde da Mulher”. A ação contou com o apoio voluntário da médica cooperada da Unimed Curitiba, especialista em ginecologia, Aline Matos, que conversou com 18 pessoas na organização social Encontro com Deus e com 16 colaboradores e funcionários terceiros da Unimed Curitiba na unidade Itupava. A educadora menstrual voluntária do projeto Coletivo Igualdade Menstrual, Anna Muller, conduziu uma roda de conversa para 23 pessoas na organização social Coração Acolhedor. O objetivo foi conversar sobre saúde feminina e pobreza e chamar atenção das pessoas para esse problema que vai desde a desinformação até a falta de acesso a itens básicos utilizados durante o período menstrual.

“Agradeço a oportunidade de poder contribuir, levando informação às pessoas que participaram das rodas de conversa do Acolha nosso Ciclo. Também pude aprender um pouco mais sobre esse problema que ainda gera muitos prejuízos de saúde e sociais a tantas mulheres no Brasil e no mundo”, afirma a médica Aline Matos.

Todas as participantes receberam um kit de higiene e orientações básicas para o uso. Michelen Vargas Almeida, uma das educadoras da Associação Encontro com Deus que participou da roda de conversa, destacou a importância do diálogo. “A doutora abriu espaço para conversarmos sobre esses assuntos com as meninas que estão começando a se tornar mulheres e também com outras educandas mais novas, que ficaram curiosas com o assunto do evento”, diz Michelen.

Para a coordenadora do Instituto Unimed Curitiba, Kátia Lessa, ações como essas colocam em prática justamente os eixos de atuação do instituto – pautados na promoção da saúde e prevenção de doenças e no fortalecimento de organizações sociais. “A nossa ideia é que a gente sempre traga parceiros para potencializar o nosso alcance e também para ampliar a nossa capacidade, e nos ajudem a conscientizar a comunidade do entorno da cooperativa sobre a importância de cuidados básicos com a saúde para prevenir doenças, nesse caso advindas do uso incorreto de produtos ou materiais inadequados durante o período menstrual”, defende.

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